SOBRE A FUNÇÃO DA REGRA NO DEBATE CONTRA O CETICISMO

Eduardo Neves Filho, Julio Henrique Carvalho Pereira, Mariana Marques Burkle

Resumo


o objetivo basilar do presente artigo é mostrar como a abordagem das proposições fulcrais como regras define a estratégia de Wittgenstein contra o ceticismo e, por conseguinte, é a característica principal que o diferencia de Moore na abordagem do problema. Para Moore, o cético deve ser levado a sério, havendo a necessidade da filosofia em respondê-lo, adotando assim uma estratégia positiva de resposta (no sentido não clássico de prova). Wittgenstein, por sua vez, mostra que o cético se autorrefuta, não havendo a necessidade da filosofia em respondê-lo, adotando uma estratégia negativa de resposta, assim dissolvendo o problema. A partir da análise do conceito de regra em Da Certeza, mostraremos como Wittgenstein estrutura sua dissolução do problema cético em um possível novo tipo de regra que é melhor alinhada a uma leitura holista do Da Certeza. Contudo, para defender a interpretação holista das proposições fulcrais torna-se importante mostrar a conexão entre o holismo de Quine e as observações contidas em OC, pois o holismo é tradicionalmente relacionado às considerações do filósofo norte-americano. Assim sendo, o objetivo secundário do presente artigo é investigar e avaliar o holismo de Quine e sua compatibilidade com OC. Na parte final do artigo será́ definida a especificidade do holismo de Wittgenstein, caracterizado como holismo gramatical.


Palavras-chave


Ceticismo, Moore, Wittgenstein, Regra, Holismo.

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