Beber ou não beber? Qual é a questão? Duas leituras de República IV, 439c2-d8
Resumo
Neste artigo, exploro duas leituras possíveis de República IV, 439c2-d8 e da tese de que a alma justa é governada pelo seu elemento racional. Meu objetivo é argumentar contra uma interpretação “desiderativa” da passagem, segundo a qual a razão leva em consideração a totalidade dos desejos do agente e determina a maneira mais eficaz de satisfazer o maior número possível deles. Como alternativa, proponho uma leitura “cognitivista”, de acordo com a qual desejos racionais têm como origem última um conhecimento sobre a natureza do bem e da felicidade. Finalmente, sugiro uma releitura de 439a4-b1, passagem que, à primeira vista, parece em contradição com a interpretação de 439c2-d8 que defendo.
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