OS DENTES DA MULTIDÃO: UMA ARQUEGENEALOGIA DO RISO

Daniel Perico Graciano, Cássia Dos Santos

Resumo


Realizamos uma breve reflexão acerca do riso como forma de enunciado comandado por interesses político-econômicos que regem as relações de poder desde o período de consolidação do cristianismo no Império Romano até a atualidade. As proibições do riso ao longo desse período se manifestam como função enunciativa de um dispositivo estratégico do poder pastoral, a partir de arranjos de linhas de forças que instauram programas de verdade. As reflexões presentes neste artigo têm por pretensão realizar uma análise arquegenealógica pautada no pensamento de Michel Foucault, a fim de apreender, identificar e descrever alguns dos arranjos que emergem das relações de poder expressas na historicidade da forma de enunciar em questão. Para isso, traçamos uma história de forma a concebe-la como um problema ou um conjunto de questões, rompendo com uma concepção linear e teleológica, a partir de enunciados que evidenciam a relação entre riso, poder e resistência. Elaboramos, dessa forma, ainda que brevemente, um histórico das práticas discursivas das quais emergem a produção de subjetividades dóceis condizentes com as necessidades de manutenção do poder político e econômico associado ao dispositivo religioso.  

Palavras-chave


Riso; arquegenealogia; análise do discurso

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DOI: https://doi.org/10.15210/cdl.v0i43.21844



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