O DISCURSO BIVOCAL NO SORRISO E NO VOCATIVO DE GETÚLIO VARGAS NO CONTO “TRABALHADORES DO BRASIL” SOB ANÁLISE DIALÓGICA DO POLÍTICO-SOCIAL AO GROTESCO

Carlos Fabrício de Souza Ribeiro de Castro, Sandra Espíndola Macena

Resumo


A foto sorridente caricaturada do presidente Getúlio Vargas acrescida do vocativo são analisados discursivamente, no conto: “Trabalhadores do Brasil”, de Wander Piroli (2016), sob o prisma de Mikhail Bakhtin (1987, 2003, 2004, 2010, 2013, 2016) e dos estudos bakhtinianos de Bezerra (2005); Castro (1997); Cereja (2005); Fiorin (2011) e nas contribuições de Orlandi (2011). Pelo dialogismo, pretende-se explorar os processos de sentido subjacentes no conto e a revelar pelo enunciado, através deste chamamento que iniciava seus discursos ”trabalhadores do Brasil” e os sorrisos marcados pelo poder político, quais os sentidos estão por trás deste discurso velado e polêmico que emerge com características bivocais da figura presidencial, à época, para realidade paralela de miséria dos personagens Zé e Maria, analisados no texto, centralmente. Transcurso situado na narrativa que parte dos conceitos de Tema e Significação, nos processos de Interação Verbal, Discurso Bivocal, em sua Unidade de Significação com contribuições pontuais biográficas do Presidente, a partir de Boris Fausto (2006), observando a dubiedade inscrita no discurso da narrativa e a compreendendo em seu elemento sócio-histórico pelo texto literário. Ao final, percebe-se nos entremeios o discurso do contexto sócio-político e cultural da época, desvelando o sentido implícito por trás desse sorriso irônico associado ao vocativo, constituído por traços bivocais, resultado dessa ligação interacional dialógica.


Palavras-chave


Mikhail Bakhtin; Análise do Discurso; Texto; Língua; Conto “Trabalhadores do Brasil”.

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Referências


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DOI: https://doi.org/10.15210/cdl.v0i41.21511



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