DO BILINGUISMO AO MULTILINGUISMO: UM CAMINHO PARA A ESCOLA INDÍGENA DIFERENCIADA
Resumo
Este artigo pretende, para além da comunidade científica, estabelecer diálogo com professores indígenas que atuam no ensino de línguas indígenas brasileiras nas inúmeras escolas indígenas espalhadas Brasil afora. Num contexto em que estas escolas definem-se com os termos da interculturalidade, da especificidade, da diferença, etc., o objetivo do artigo é tratar de possibilidades de ensino destas línguas que ultrapassem práticas metalinguísticas, ao mesmo tempo em que apontam para a necessidade de que o referido ensino considere o contexto linguístico local e regional. Os inúmeros contextos multilíngues inerentes às populações indígenas brasileiras são tratados aqui como suficientes para permitir a estas escolas abandonarem o conceito de bilinguismo, no qual estão presentes a Língua Indígena e o Português Brasileiro, em favor do conceito de multilinguismo, onde estão presentes e valorizadas as inúmeras línguas indígenas. O artigo argumenta em favor de que as mesmas escolas substituam um olhar voltado para duas línguas pelo olhar voltado a todas as línguas presentes no contexto da comunidade. Para isso, utiliza-se do contexto multilíngue inerente à língua Aparai (Karib) – falada na comunidade Bona localizada na Terra Indígena Paru D’Este, Parque Tumucumaque – e seu lugar na escola.
Palavras-chave: Aparai; ensino; multilinguismo; indígena.Texto completo:
PDFDOI: https://doi.org/10.15210/cdl.v0i36.17365
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