PRIMO LEVI: A QUÍMICA ENTRE LITERATURA E CIÊNCIA

Aislan Camargo Maciera

Resumo


Primo Levi (1919-1987), italiano de origem judaica, antifascista e químico de formação, passa quase um ano de sua vida como prisioneiro em um dos campos de concentração de Auschwitz. Preso como partigiano, deportado como judeu, e sobrevivente por acaso, Levi faz daquela experiência, o ponto de partida de sua literatura. Sua grande vocação narrativa faz com que cultive os mais diversos gêneros ao longo de sua carreira. A análise da obra literária de Levi, obrigatoriamente, deve considerar dois aspectos, que estão na gênese e na construção de seus escritos: o primeiro é a origem de sua literatura, nascida da experiência como prisioneiro e da observação daquele universo; o segundo é a sua formação, pois, como químico, o olhar que dirigia ao mundo era determinado pelos preceitos da ciência que escolheu. O artigo pretende expor uma análise da literatura de Levi a partir da relação que ela estabelece com a ciência, com a técnica e, mais especificamente, com a química. As referências para a análise são suas entrevistas e ensaios a respeito do tema, bem como o livro que mais claramente representa a relação entre ciência e literatura em sua obra: A tabela periódica. Dessa forma, conclui-se que nenhuma página escrita pelo autor está dissociada de sua formação científica, e isso influencia diretamente o seu estilo, transformando-o em um dos principais representantes, na literatura universal, da relação entre “as duas culturas”, como também em um dos principais prosadores da segunda metade do século XX.

Palavras-chave: Literatura italiana; Primo Levi; literatura e ciência; literatura e química.


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DOI: https://doi.org/10.15210/cdl.v0i34.16783



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