Permacultura, Ecologia Política e Rede de Vilas Rurais: percursos e experimentos em planejamento territorial
Resumo
O objetivo deste artigo é apresentar reflexões acerca de conceitos que podem ser utilizados e aprofundados nas leituras, análises e ações de planejamento territorial. O século XX foi marcado por mudanças significativas na intensidade do uso de elementos naturais como água, solo fértil, minerais e combustíveis fósseis, em decorrência do capitalismo global, o que levou às sociedades do mundo a passar por transformações drásticas nas formas de organização social, trabalho,
alimentação, migrações forçadas e transformação do seu habitat. Rever e desconstruir conceitos como: desenvolvimento, ecologia, território, política e sociedade, permite criar significados mais coerentes com a realidade de austeridade e violências. Além disso, esclarece a disputa de narrativas discursivas antagônicas sobre ambiente e sociedade. Neste artigo, o foco é analisar de
forma crítica a Permacultura enquanto teoria, o seu contexto de origem, as ideias iniciais e o processo de desenvolvimento das propostas colocadas em prática, registradas em publicações. Foram abordados também o campo da Ecologia Política, a Sociedade em Rede e os Movimentos Sociais, analisando um caso de implantação de vilas rurais no Paraná que vislumbra a definição do conceito rurbanidade. Ao final são apresentadas considerações relacionando a teoria e a práxis. Conclui-se que articular o arcabouço teórico da Permacultura com o da Ecologia Política Latino-Americana permite aprofundar o debate e qualificar as práticas em planejamento territorial, seja por iniciativas pessoais ou coletivas da sociedade, ou a partir do poder público descentralizado em ações participativas deliberativas, na direção de um futuro socioambientalmente mais justo.
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