Arqueologia, recuperação da memória e afirmação da identidade: o caso do Bairro da Mouraria, Lisboa

André Teixeira, Íris Fragoso, Leonor Medeiros

Resumo


O bairro da Mouraria corresponde ao espaço para onde foram expulsos os muçulmanos de Lisboa após a conquista cristã da cidade em 1147. Uma das suas principais atividades foi a olaria, facto hoje amplamente demonstrado pela arqueologia. Os muçulmanos foram instigados a converter-se em 1496, mas o bairro manteve a sua identidade, o seu carácter artesanal e marginal, não obstante os ensaios de higienização. Nas últimas décadas tem continuado a receber vagas de imigrantes, mas hoje encontra-se em profunda transformação, com o turismo e a gentrificação, expulsando as camadas populares. As operações de arqueologia de contrato multiplicaram-se no âmbito desta renovação urbana, permitindo o registo das realidades passadas. Este artigo propõe refletir sobre a valorização desse legado artesanal, produtivo e forâneo do bairro, identificado pela arqueologia, perante uma comunidade em fragmentação e renovação, questionando o papel do património histórico-arqueológico na recuperação de identidades em sociedades de transição.


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