Clínica, testemunho e reparação: itinerários possíveis frente ao trauma

Cristiana Corsini, Sofia Débora Levy

Resumo


O presente artigo pretende analisar algumas interfaces entre o relato de testemunhas vítimas de governos ditatoriais e a clínica psicológicadiante de situações traumáticas oriundas de crimes de lesa-humanidade, onde tortura e extermínio ocasionam o declínio da experiência e da narrativa pelas consequências desestruturantes do trauma. Essa desestruturação psíquica compromete a transmissão das memórias individuais às gerações posteriores. Por sua vez, a transmissão das memórias é também embarreirada pela censura política, comprometendo a conformação da memória coletiva. Assim, buscaremos compreender a clínica e o testemunho como instrumentos de enfrentamento ao silenciamento e ao esquecimento produzidos pelos órgãos repressores. A experiência do Projeto Clínicas do Testemunho, implementado no Brasil em 2013, norteia as presentes análises frente a um desafio contemporâneo - o de potencializar o testemunho como acontecimento diante do indizível, bem como instrumento de livre expressão política integrante da memória social a partir e para além do ambiente clínico.

 


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