“OPERÁRIOS EM CONSTRUÇÃO": A ORGANIZAÇÃO DA CLASSE TRABALHADORA APESAR DA DITADURA DE SEGURANÇA NACIONAL
Resumo
Este artigo tem como objetivo demonstrar como a Ditadura de Segurança Nacional iniciada em 1964 se constituiu enquanto uma forma exacerbada de ditadura das classes dominantes brasileiras, garantindo a reprodução das formas de produção capitalista no país e seus status quo, desorganizando a classe trabalhadora com a consolidação do Terrorismo de Estado, que, através de estratégias usadas para disseminar o medo, como as delações, cassações, “listas negras”, prisões, torturas, assassinatos e desaparecimentos, resultou em uma cultura do temor como objetivo e condição necessária para a dominação política. O arrocho salarial imposto a classe trabalhadora teve uma dupla função, pois apesar de garantir temporariamente o modelo de desenvolvimento conservador abastecido com empréstimos de capital estrangeiro, gerando grande concentração de renda nas mãos das classes dominantes, serviu como elemento agregador para a reorganização dos trabalhadores, que, através da precarização da condição de vida dos mesmos elevou o nível de solidariedade e insatisfação com aquele estado de coisas, resultando em greves, em especial, as de Contagem e Osasco, em 1968. O Ato Institucional Nº 5 é outorgado justamente contra a reorganização autônoma da classe trabalhadora, que naquele momento questionava a legitimidade da própria ditadura, reforçando ainda mais as características fascistas do regime. Apesar da avassaladora repressão que ascende vertiginosamente nos anos 70, parte dos trabalhadores vão se inserir de vez na resistência armada, liderando-a em algumas ocasiões, na última frente de atuação possível, naquele momento, na tentativa de organizar a classe trabalhadora.
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PDFDOI: https://doi.org/10.15210/hr.v19i19.12482
DOI (PDF): https://doi.org/10.15210/hr.v19i19.12482.g7809
Publicação Semestral do Núcleo de Documentação Histórica da UFPel - Profa. Beatriz Loner
Programa de Pós-Graduação em História da UFPel
Instituto de Ciências Humanas
Universidade Federal de Pelotas