O Apostolado Positivista do Brasil e as Greves na Cidade do Rio de Janeiro no Período da República Velha

Dário Milech Neto

Resumo


O Apostolado Positivista do Brasil agiu no final do período imperial e ao longo da República Velha como um grupo de pressão político. Através de um projeto de república elaborado pelos seus membros, o pensamento de Augusto Comte esteve presente na construção de um modelo republicano de governo onde deixou marcas vistas até hoje, como a laicização do Estado e o desenho da bandeira nacional. O conceito de grupo de pressão é discutido, buscando o auxílio da Ciência Política para a compreensão e aplicação do termo e a distinção à denominação de partido político. A partir disso, analisaremos o que foi escrito pelo apóstolo Raimundo Teixeira Mendes no tocante às greves de trabalhadores no período da República Velha na cidade do Rio de Janeiro. Têm-se como fontes três folhetos do Apostolado que versam sobre o tema: o de número 242, 331 e 348. Embora cada um dos folhetos se refira em seus títulos a uma determinada greve que ocorrera no período de suas publicações (dos carroceiros, dos empregados da Light e de construtores), seus conteúdos são semelhantes no modo em que nos demonstra como é vista a relação patrão-empregado, os direitos dos operários e o papel das greves na concepção comteana de reorganização social do mundo. Por fim, verificam-se, mesmo em um período posterior ao abordado no trabalho, algumas similaridades existentes entre o modo de incorporação do proletariado à sociedade idealizado pelos positivistas ortodoxos brasileiros e a Consolidação das Leis de Trabalhos (CLT) de 1943 sancionada pelo então presidente Getúlio Vargas.

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DOI: https://doi.org/10.15210/hr.v19i19.12465

DOI (PDF): https://doi.org/10.15210/hr.v19i19.12465.g7793


Publicação Semestral do Núcleo de Documentação Histórica da UFPel - Profa. Beatriz Loner
Programa de Pós-Graduação em História da UFPel
Instituto de Ciências Humanas
Universidade Federal de Pelotas