MAPAS POÉTICOS: DESLOCAMENTOS E REGISTROS DE UM CUBO CORROÍDO
Resumo
O trabalho apresentado é resultado de uma investigação poética com a eletrogravura. A pesquisa está sendo realizada junto ao Grupo de Pesquisa "Percursos Poéticos: procedimentos e grafias na contemporaneidade", coordenado pela professora Angela Raffin Pohlmann, e junto ao curso de Mestrado do Programa de Pós-graduação em Artes Visuais da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). O impulso que colocou essa pesquisa em movimento teve origem nas práticas de gravura não-tóxica e no desejo de criar uma poética com os resíduos do atelier de gravura em metal. No início, um cubo de ferro foi corroído com eletrólise e seus resíduos foram deslocados para compor novas matrizes. Os métodos alternativos na gravura em metal foram instrumentos e mecanismos que contribuíram para construção das gravuras. O desafio e o objetivo dessa pesquisa é tornar visível o interior desse objeto intitulado Cubo Vermelho, transformando em mapas poéticos as impressões dessas matrizes. Para construção dos mapas do interior do Cubo Vermelho e as possíveis relações traçadas no decorrer do trabalho, a corrosão foi um dos principais fenômenos estudados. A investigação se desenvolveu no atelier de gravura e na observação cotidiana das paisagens que cercam esse espaço. Os processos de virtualização do Cubo Vermelho recompõem o fenômeno da corrosão, dando a ele visibilidade ainda no seu estado de potência. Deste modo a corrosão é abordada como elemento indispensável na criação de novas estruturas. O virtual neste trabalho pode ser compreendido como o aspecto invisível que é percebido em dois momentos da pesquisa: o primeiro se refere ao cubo como um lugar de experiências que relaciono com a paisagem do sul; e o segundo, apresenta-se na ideia de mapas desse lugar. A virtualização analisada aqui é um lugar de múltiplas interpretações e transformações situadas no processo de problematização sobre o cubo e ações realizadas com ele e seu entorno. Em diálogo com esse trabalho saliento Daniel Senise, Elida Tessler, Hélio Oiticica como referenciais artísticos que me ajudam a pensar as questões poéticas do trabalho, e Pierre Lévy como referencial teórico para tratar do conceito de "virtual" no campo desta produção artística.Palavras-chave: gravura em metal, eletrogravura, mapa poético.