TORRES GARCÍA E A METAFÍSICA AMERÍNDIA

Helena Wilhelm Eilers

Resumo


O presente artigo tem como objetivo discutir a presença da cultura ameríndia no Universalismo Construtivo de Joaquín Torres García. Nascido em Montevidéu, o artista viveu 43 anos em diferentes cidades da Europa e teve uma curta passagem pelos Estados Unidos. Numa série de deslocamentos físicos e temporais, travou um diálogo bastante particular com diversas vertentes da arte moderna vindo, por fim, a desenvolver e propagar o que chamou de Universalismo Construtivo. Nossa abordagem se dará principalmente na formulação do seu projeto construtivista, no final dos anos 1920, até o momento que Torres García retorna ao Uruguai. Serão discutidos dois pontos os quais acredita-se ser essencial para compreender a relação do artista com a arte pré-hispânica: seu pensamento de base platônico e sua visão dos povos “primitivos”. Acredita-se que apesar de seu projeto de Universalismo ter mudado não apenas o rumo da sua arte, mas criado uma nova consciência de identidade artístico-cultural, há uma série de questões que por vezes são mal compreendidas. Como produzir uma arte que seja ao mesmo tempo universal, mas desligada da Europa? Como se inspirar na cultura ameríndia evitando à mimese? Tais questões estão relacionadas ao pensamento platônico, mítico, filosófico, o qual será abordado ao longo do texto.

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