(RE)CONSIDERANDO SENTIDOS E REPRESENTAÇÕES: INTERLOCUÇÕES SOBRE A CULTURA VISUAL
Resumo
O presente trabalho surge enquanto desdobramento da pesquisa Proposições arte/educativas e educação do sensível: interlocuções sobre o consumo, que visa verificar quais interlocuções foram propiciadas por uma proposta arte/educativa que tratava sobre imaginário de consumo. As práticas pedagógicas contaram com a utilização de imagens oriundas da cultura visual, destacando-se que a recepção das imagens se desenvolve através de “matrizes culturais dos receptores, e não apenas dos interesses de emissores ‘dominadores’” (MARTINS; SÉRVIO, 2016, p.271). Desse modo, os constructos teóricos da cultura visual (HERNÁNDEZ, 2006; WALKER E CHAPLIN, 2002) mostram-se relevantes para esse estudo, sendo as relações de sentido e significação atribuídas às imagens por uma diversidade de grupos sociais a partir dos limites culturalmente impostos. Assim sendo, recorreu-se à perspectiva historicista dos ciclos de consumo de Lipovetsky (2010), a fim de evidenciar como os discursos sofreram mutações em consonância com alterações de ordem sócio-histórica. A análise dos dados se apoia nos argumentos teóricos de Martins e Sérvio (2016) e Bakhtin (2011, 2014). Os resultados demonstram que os estudantes foram capazes de estabelecer relações entre a cultura visual e as suas vivências, questionando-se sobre a relevância dessa na criação de paradigmas que interfeririam em suas práticas sociais.
Palavras-chave: Cultura visual. Imaginário de consumo. Interlocuções. Ensino de artes visuais.