A UTILIZAÇÃO DA PINTURA ITALIANA COMO MODELO PARA OS MURAIS DE SIQUEIROS
Resumo
É fato que David Alfaro Siqueiros (1896 – 1974) esteve em 1919 com Diego Rivera (1886 – 1957) na Europa estudando pintura do Renascimento Italiano e as formas que viriam a criar o Muralismo Mexicano. Ana Martinez Quijano em seu livro: Siqueiros: muralismo, cine y revolución (2010), relata que o artista se aprofundou em Giotto e Andrea Mantegna para compor a pintura El entierro del obrero sacrificado. O próprio Siqueiros, ao referir-se sobre o seu estudo do Renascimento, mencionou que “não se pode pular para o futuro sem apoiar-se no passado”. O artigo levanta a hipótese de que o pintor tenha se utilizado também de obras de outros artistas e períodos como referência modelar, atentando para um pintor italiano pouco documentado, mas que ao mesmo tempo parece ter cativado Siqueiros. O artista em questão é Giambettino Cignaroli (1706 – 1770), que transita entre o Barroco e o Neoclássico. Em algum momento, Siqueiros travou contato com as pinturas de Cignaroli e elas possivelmente serviram de base para criar o mural Tormento de Cuauhtémoc, pintado entre 1950 e 1951 no Palácio de Bellas Artes, no México. Esse fato apresenta-se inédito e se comprova nesse artigo através da análise das imagens pelo método warburguiano, relacionando o pathosformel das obras e comparando detalhes compositivos das pinturas.