O RELÓGIO URBANO: A VIDA REGRADA PELO TEMPO DA FÁBRICA

Greyci Backes Bolzan, Larissa Mörschbãcher, Aline Vieira Montagna, Ana Lúcia Costa de Oliveira

Resumo


O trabalho propõe uma discussão sobre as utopias do final do século XIX e início do século XX (BENEVOLO 1989, 2001; CHOAY, 2002), buscando compreender, dentro das propostas do urbanismo progressista, ideias que possam ter repercutido no sul do Rio Grande do Sul. Nessa perspectiva, debruça-se sobre as vilas operárias e equipamentos urbanos construídos no Complexo Rheingantz, na cidade de Rio Grande. A implantação tipológica do conjunto arquitetônico e a linguagem das vilas operárias permitem ler, no conjunto edificado, a estratificação social da fábrica, o caráter assistencialista dos equipamentos propostos (escola, jardim de infância, armazém e enfermaria) e os mecanismos implícitos de dominação e controle, entre eles a presença do relógio urbano, regrando a vida pelo tempo da fábrica. A integridade do conjunto e a sua importância justificaram o tombamento do Complexo Rheingantz pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado do Rio Grande do Sul (IPHAE) em 2013.


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