UMA BREVE ANÁLISE ICONOGRÁFICA, BASEADA NO MÉTODO PANOFSKY, DO PAINEL "A FUNDAÇÃO DE RIO GRANDE" DE ALDO LOCATELLI

Andréa Cunha Messias, Márcio Dilmann de Carvalho, Mari Lúcie da Silva Loretto

Resumo


"A Fundação de Rio Grande", um painel que utiliza a técnica do óleo sobre a tela, com dimensões de 440 x 260 cm, é assinado e datado de 1960 pelo artista Aldo Locatelli e encontra-se presente na sala de eventos da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul - FIERGS. O painel faz parte de um conjunto de obras históricas do artista que retrata a formação étnica do Rio Grande do Sul, sendo uma das realizações mais estruturadas de Locatelli e também uma de suas mais esplêndidas composições. Devido ao seu caráter de monumentabilidade e pela perfeição artística, os murais de Aldo Locatelli engrandecem os salões de importantes edificações na cidade de Porto Alegre, cujo reconhecimento por parte da sociedade, confere-lhes um status patrimonial. Analisando as obras que representam a formação étnica rio-grandense, notou-se que o artista conseguiu munir os seus personagens de cargas emocionais capazes de propiciar elementos narrativos e expressivos que retratam facilmente a temática da obra. Constatou-se, entretanto, que a etnia africana, um importante componente formador da história do Rio Grande do Sul e do Brasil, foi representada através da figura lendária do Negrinho do Pastoreio. Busca-se, então, através deste estudo, compreender o(s) motivo(s) que levou(ram) o artista, neste painel, a representar um elemento étnico tão importante fazendo uso de um personagem lendário; como também compreender as razões de não representá-lo no mural intitulado "A Formação histórico-etnográfica do Rio Grande do Sul, presente no Salão de Audiências do Palácio Piratini em Porto Alegre.


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