A REPRESENTAÇÃO DE MENDIGOS EM OBRAS DE ARTISTAS

Mariane D’Avila Rosenthal, Mari Lúcie da Silva Loretto, Eduarda Azevedo Gonçalves

Resumo


Representar a figura de “Mendigos” se constitui em uma forma de pensar e produzir artisticamente algo que seja uma imagem acordada com a cotidiana realidade, contextos sociais e artísticos e por questões poéticas podendo inclusive envolver aspectos particulares da vida do artista e desses grupos sociais que vivem em indigência ou mendicância material que se relacionam a condição de habitantes andarilhos, maltrapilhos, “sem teto” ou “sem abrigo”. Os processos, a tecnologia, a materialidade, a linguagem escolhida pelos artistas e as diferentes maneiras de “dar a ver” essa vulnerabilidade social desde remotos tempos na linha histórica da arte mostram que a temática em torno dessa condição social não se esgota. Neste trabalho apresentamos algumas obras dos artistas Vincent Van Gogh, El Greco, Pieter Brughel, Bartolomé Esteban Murillo, Rembrandt Van Rijn, Pablo Picasso, Francisco de Goya y Lucientes, Honoré-Victorien Daumier, Lasar Segal, Diego Rivera e Dorothea Lange. Podemos observar que a vulnerabilidade e condição de risco social estão relacionadas a construção estética dos mendigos, proporcionando que sejamos capazes de observa-los através da historia da arte como figuras urbanas marginalizadas, relacionadas a um contexto de exclusão, marginalização ou indigência social por razões socioeconômicas e que transitavam e transitam próximos a centros urbanos. Desta forma, o artigo tem por objetivo mostrar esta temática associada também a produção de artistas contemporâneos como Mathieu Pernot e Francys Allys, revelando um outro sujeito que mendiga e que é classificado como “PESSOA EM SITUAÇÃO DE RUA” valendo destas figuras como elementos visuais que intrigam e provocam dentro de um contexto de descompromisso e insalubridade.


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